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Dom Amilton Manoel da Silva concede entrevista coletiva e fala de sua nomeação

O quinto bispo da diocese de Guarapuava recebeu os jornalistas no auditório do edifício Nossa Senhora de Belém, em Guarapuava, e falou sobre sua nomeação e sobre o cenário atual no mundo.

12/05/2020

Na manhã de 11 de maio, Dom Amilton Manoel da Silva, quinto bispo da diocese de Guarapuava, concedeu uma entrevista coletiva e falou sobre sua nomeação ocorrida uma semana antes, em 6 de maio. O encontro foi no auditório do segundo andar do Edifício Nossa Senhora de Belém, no centro da cidade.

Por causa da pandemia do Coronavírus, vários representantes dos veículos de comunicação participaram da entrevista à distância, de forma on-line, enviando perguntas e acompanhando as respostas pelas redes sociais. A Central Cultura de Comunicação e o Centro Diocesano de Comunicação (CDC), transmitiram a coletiva ao vivo.

Dom Antônio Wagner da Silva, bispo emérito e atual administrador apostólico, acompanhou Dom Amilton durante a conversa.

“Além da surpresa quanto à minha nomeação para a diocese de Guarapuava, eu também me sinto com muita responsabilidade. Conheço muito bem o trabalho de Dom Wagner ao longo de todos esses anos à frente da diocese e de tantas outras pastorais da Igreja e tenho certeza de que minhas ações, de que meu trabalho ainda é muito pequeno perto de tudo o que ele (Dom Wagner) realizou em favor da diocese e da Igreja do Paraná e do Brasil. Conheço muito bem as minhas capacidades e sei dos meus limites. Por isso, eu peço a ajuda de todos para que juntos, possamos fazer uma caminhada de fé, de compromisso, de esperança e, sobretudo, de amor pelas pessoas, com foco sempre nos mais pobres”, enfatizou Dom Amilton.

Em relação à pandemia do Coronavírus, Dom Amilton destacou que este é o momento de a Igreja permanecer ainda mais unida. Conforme pontua, há a necessidade cada vez maior de usar as redes sociais, as mídias existentes para levar a todos a Palavra de Deus de um jeito simples, mas com muito compromisso. “Apesar da tristeza, do medo e das perdas, essa pandemia conseguiu fazer com que a Igreja congregasse muito mais as pessoas. De repente, famílias se uniram e tiveram que conviver por longo período no mesmo ambiente, conhecendo as dores, os medos, os anseios e os limites de cada um. As pessoas voltaram a se comunicar de uma forma mais pessoal, direta. Eu digo que a Igreja cresceu e pode crescer muito mais não só neste período, pois de agora em diante, há muita coisa a ser feita. Devemos ir ao encontro daquilo que o Papa Francisco nos diz, que é para evangelizar para além dos muros, das paredes dos templos. E é isso que estamos fazendo, indo ao encontro de cada um, de cada uma, com os recursos de que dispomos”, detalhou.

Desde antes de ser nomeado bispo, Dom Amilton já primava pela comunicação. Segundo acredita, trabalhar ao lado dos comunicadores, com abertura para a Pastoral da Comunicação (Pascom), se faz necessário para esta nova fase da vida na qual a população mundial entrará depois da pandemia. “Aquela normalidade ‘anormal’, que vivíamos antes, nós não queremos mais. Aquela era uma situação nociva que passava a ideia de que tudo ia muito bem. Não devemos nos acostumar com situações prejudiciais à sociedade. Valores precisam ser revistos. A sociedade anseia por melhorias, por igualdade. E tudo o que podemos fazer é nos integrar cada vez mais nesta nova fase que se desenha e fazermos o nosso melhor em favor das famílias, dos necessitados, esforço este que devemos oferecer a Deus”, discorreu o bispo.

Quando questionado sobre o posicionamento da diocese quanto ao isolamento social, Dom Amilton explicou que seguir as leis das autoridades de saúde pública é mais do que uma necessidade, é um ato de amor ao próximo. Ele grifa que enquanto não houver uma vacina, todos são suscetíveis a contrair o vírus e a transmitir para outras pessoas, o que segundo ele, é uma das piores coisas que possa ocorrer. “Enquanto não houver uma vacina, uma imunização, o melhor remédio é o distanciamento social. Esse vírus precisa ser derrotado e para que isso ocorra, cada um de nós precisa fazer sua parte. Muitas profissões não permitem que as pessoas fiquem em casa, como é o caso dos comunicadores, médicos, enfermeiros, entregadores e tantos outros que têm que estar nas ruas, indo até as casas das pessoas. São serviços essenciais, vitais para todos nós. A essas pessoas, devemos rezar todos os dias pedindo a proteção de Deus. Mas aos demais, quem pode, por favor, fique em casa até que tudo isso acabe. Essa atitude é um grande ato de amor neste momento. Nós precisamos ter esta consciência”, evidencia Dom Amilton.

 

POSSE

De acordo com o Código de Direito Canônico, quando nomeados, os bispos têm um prazo de 60 dias para assumir os trabalhos na diocese. No entanto, em se tratando do período crítico pelo qual a população mundial passa, o prazo pode ser estendido. Dom Amilton, no entanto, acredita que tomará posse dentro desse período, mas com uma cerimônia restrita. Depois que passar a pandemia, ele destaca que a comunidade fará uma missa especial com a presença e todas as pessoas que tiverem interesse em participar. “Nós temos um prazo a cumprir quando da nomeação, que é assumir os trabalhos dentro de 60 dias. Mas agora, por causa do vírus, esse prazo pode ser estendido. Acredito que não haverá essa necessidade, pois em breve, faremos uma missa de posse restrita, apenas com a presença de alguns padres e bispos envolvidos. Mas depois que toda essa situação passar, aí, sim, realizaremos uma grande celebração com a presença de familiares, parentes, amigos e de todas as pessoas que tenham interesse e participar conosco”, finalizou o bispo.

 

CDC

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