06/11/2015
Paróquia Divino Espírito Santo do município de Pinhão
O início
No dia 08 de dezembro de 1771, dia da Imaculada Conceição, foi rezada a primeira missa nos campos de Guarapuava. Logo após veio a Expedição Real tomar posse dos ditos campos, dos quais Pinhão fazia parte, introduzindo assim o Catolicismo nesta região. Nas fazendas, cada dono tinha a devoção por um santo protetor, onde era construída uma capela particular. Estas capelas, segundo a história, media entre três e quatro metros quadrados e os sacerdotes visitavam estes locais uma vez por ano. Os batizados e casamentos eram coletivos. Na questão específica dos batizados, havia uma curiosidade: as crianças eram batizadas em casa e depois era feita a cerimônia "complementar" com a chegada do padre. Este costume, no entanto, perdura até os dias atuais nesta região.
Capelas
A primeira capela, onde o povo começou a se reunir para rezar fora das fazendas, foi em Santana, por volta de 1810. A imagem da santa foi trazida de Portugal e está conservada ainda hoje naquela localidade. Em 1882, foi erguida, no Passo da Reserva, a primeira capela com a devoção a Nossa Senhora da Conceição Aparecida.
O início da construção da primeira Igreja na "Vila Nova" foi em 1923. O terreno para que a edificação fosse erguida foi doado por João Ferreira da Silva, (legalizado posteriormente pelo senhor Amazonas). Em 1936 essa igrejinha foi demolida e deu-se início a uma maior, construída pelo carpinteiro Eugênio Bartle, que trabalhou serrando a madeira (imbuia) durante três anos. A construção foi se tornando possível graças às doações dos moradores Francisco Dellê e João Ferreira da Silva, além de outras contribuições por parte das pessoas da comunidade, conforme as condições financeiras de cada um. Havia também um cofrinho de madeira no armazém do seu "Chico Dellê" para quem quisesse colaborar com uma oferta espontânea para a construção da igreja. Gesto singelo, mas que, de acordo com a história oral, rendeu ótimos resultados.
Somente no ano de 1926, portanto, a capela do Divino Espírito Santo foi dada como utilizável. Algumas coisas precisavam ser concluídas, mas mesmo assim, já era possível realizar celebrações em seu interior.
Ousadia
Neste ínterim, nova campanha de arrecadação foi feita, agora para adquirir uma imagem do Divino, que foi abençoada e entronizada por Dom Antônio Mazarotto, bispo da Diocese de Ponta Grossa, da qual a capela fazia parte na época.
Os atendimentos religiosos eram feitos pelos padres Paulo Tschorn e Guilherme Maria Heyer, ambos da paróquia Nossa Senhora de Belém, de Guarapuava. Eles percorriam a cavalo, duas vezes ao ano, entrando em Pinhão pelas Águas de Santa Clara, passando depois por Sobrado e de lá, seguiam a Limeira. Em Vila Nova de Pinhão passavam dois dias, pois era grande o número de batizados, primeiras eucaristia e casamentos a serem realizados. Padre Guilherme fundou a Pia União das Filhas de Maria, e a Irmandade São Vicente de Paulo (Vicentinos) que trabalharam no local até 1956. É importante lembrar que nesta igrejinha funcionou, de 1938 até 1944, a primeira escola da vila, atendida por apenas uma professora que dava aulas do primeiro ao quarto anos, com todos os alunos na mesma sala.
No dia 30 de abril de 1949 chegou a Guarapuava o Frei Corbiniano Koesler (Ordem dos Frades Menores), destinado pelos seus superiores para se dirigir à Vila Nova de Pinhão, a fim de criar as condições para uma futura paróquia. O frei chegou no dia 29 de maio de 1949, sendo recepcionado pela comunidade na entrada do vilarejo, saudado por uma Filha de Maria - Arina Dellê, celebrando em seguida a primeira missa.
A Paróquia
Em 20 de janeiro de 1951, Dom Antonio Mazarotto, decretou que a capela de Vila Nova passasse a ser Paróquia Divino Espírito Santo. Em 04 de dezembro de 1957, chegou o novo vigário, Frei Edésio Schelbauer que ficou responsável para ajudar com as comunidades do interior, enquanto Frei Corbiniano executava os trabalhos na sede. Em 22 de março de 1959, Frei Corbiniano deixou Pinhão por ordem de seus superiores. Frei Edésio precisou dar conta de todos os trabalhos, sozinho.
Em 1961, Dom Geraldo Pelanda, Bispo Auxiliar de Dom Antônio, realizou visita pastoral. Em 1963, sob a orientação do Frei Edésio, foram feitas melhorias na igreja e construído um barracão de festas. Em 1964, houve um acontecimento político de grande importância - a emancipação de Vila Nova que se tornou município de Pinhão.
Em cinco de fevereiro de 1965, chegou à cidade Frei Nicolau Wiggers, introduzindo a missa todos os domingos. No primeiro domingo de agosto do mesmo ano, rezou a primeira missa em português, mudança esta que aumentou a frequência das pessoas nas celebrações. Além de zeloso pastor, Frei Nicolau fazia roças, engordava porcos e ensinava os meninos a trabalhar a terra.
Em junho de 1966, Guarapuava passou a ser Diocese, desmembrando-se de Ponta Grossa. A Paróquia de Pinhão, naturalmente, acompanhou esta transição, precisando se adequar à nova realidade. No mesmo ano, aconteceram as missões na Região de Pinhão. Neste mesmo período, as missas nas capelas também passaram a ser rezadas em língua portuguesa, aumentando em grande escala a participação dos fiéis nas comunidades.
No dia 10 de fevereiro de 1968, Frei Francisco de Assis Marcondes assume os trabalhos da Paróquia de Pinhão. Tido como homem humilde e de fácil comunicação, Frei Francisco conquistou a simpatia de todos em pouco tempo. Quando precisou deixar a comunidade obedecendo às ordens da Congregação, o sacerdote deixou muitas saudades e um trabalho exemplar, segundo os moradores.
Novos rumos
Em abril de 1969, Dom Frederico realizou visita pastoral em Pinhão. Com a saída de Frei Edésio, quem assumiu os trabalhos de Vigário na Paróquia foi Frei Gilberto Hillebrand. Ele chegou à cidade no dia 18 de janeiro de 1970. Frei Francisco permaneceu como coadjutor. Com mais de 70 capelas para serem atendidas, havia muito trabalho a ser desenvolvido e a união dos dois sacerdotes foi fundamental na execução dos trabalhos. Frei Gilberto chegou com a missão de ser um padre construtor. Ele entendeu que a comunidade carecia do desenvolvimento de grandes projetos. Por causa disso, chegou a ser chamado de louco por algumas pessoas que acreditavam na impossibilidade de tais trabalhos saírem dos projetos e sonhos do Frei.
No dia 20 de maio de 1973, na festa do padroeiro, foi dada a bênção e inaugurado o Centro Catequético, onde eram celebradas as missas e, no mesmo ano, foram pregadas as missões por padres capuchinhos. Parte dos sonhos de Frei Gilberto se tornavam realidade.
Logo em seguida, deu-se início à construção da casa paroquial com recursos captados na Alemanha. As primeiras doações consideradas generosas foram oferecidas pelos parentes de Frei Gilberto. Estes recursos garantiram o andamento das obras. Ao mesmo tempo, em dois de abril de 1974, deu-se o lançamento da pedra fundamental da igreja matriz, pelo bispo Dom Frederico Helmel, depois de uma missa campal. A comunidade pinhãoense colaborou muito também, pois viam que Frei Gilberto, além de bom evangelizador, cumpria a missão de construir o conjunto paroquial.
Com a construção da Usina de Foz do Areia, houve um grande salto populacional, e a administração da Copel pediu um padre naquele local. No dia 07 de março de 1977 chegou para ajudar na paróquia Frei Ladislau (Frei Lalau, como ficou conhecido). Em 1981, Frei Francisco de Assis Marcondes foi transferido e, na mesma data, chegou seu substituto, Frei Domingos Hellmem.
Em 1982, Dom Frederico Helmel realizou sua visita pastoral e nessa visita benzeu e inaugurou oficialmente a nova matriz. Isto aconteceu no dia 30 de março de 1982. Em 08 de janeiro de 1984, Dom Frederico deu posse ao novo padre, Frei Nelson Bernardes Martins. Com o título de Pároco, muito dinâmico, foi um dos fundadores da Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de Pinhão, cedendo algumas salas no Centro Catequético para que essa instituição provisoriamente iniciasse seu trabalho. Em 1985, a seu pedido, chegaram três irmãs religiosas, da Congregação Servas de Maria para ajudar nos trabalhos pastorais. Após sua transferência, em seu lugar tomou posse Frei Joel Lorenzetti que já havia passado pelo município de Pinhão pregando missões. Na ocasião, chegou também Frei Antonio Pelissa que ficou pouco tempo. Frei Joel articulou para que fosse construído o salão de festas.
Em 30 de janeiro de 1991, a província franciscana encerrou seu trabalho em Pinhão entregando a paróquia para Dom Albano Cavallin, então Bispo de Guarapuava. O primeiro pároco do clero diocesano foi o padre Edson Dupski, que teve como vigários auxiliares os padres Afonso Maria das Chagas, Reonaldo Pereira da Cruz e José Luiz Padilha. Posteriormente, em 1994, o padre Padilha foi nomeado pelo padre Cassiano (Administrador Diocesano) como Administrador Paroquial.
Em 23 de junho de 1995, assume como pároco o padre Antonio Potulski que teve como vigários auxiliares os padres, José Amarildo Novacoski, José dos Santos Rodrigues e Jair dos Santos Arruda.
Seguindo, em 12 de julho de 1998, assume como Pároco o padre Ari Marcos Bona que teve como vigários auxiliares padre José dos Santos Rodrigues e Jair Arruda, que, com a criação da Paróquia de Reserva do Iguaçu, em 13 de dezembro de 1999, é transferido para lá, vindo em seu lugar o Diácono José Reginaldo, que saiu pouco tempo depois. Padre José Rodrigues deixou a Paróquia em 03 de novembro de 1999, ficando em seu lugar o padre Mauri da Cruz Correa, que permaneceu até o dia 21 de maio de 2000, sendo substituído pelo padre Claudemir da Silveira Didek.
Padre Ari Marcos reformulou o Conselho Paroquial de Assuntos Econômicos (COPAE), e o Conselho Paroquial Pastoral (CPP), ambos com reuniões mensais. Realizou ainda várias reformas e modificações na Igreja Matriz, Casa Paroquial, Centro Catequético e no salão de festas, estendendo também a festa do padroeiro, para a rua, devido ao grande número de pessoas. Ari também implantou, em 1998, a festa em honra a Nossa Senhora Aparecida, com a tropeada, conduzindo a imagem desde o Santuário de Passo da Reserva até Pinhão. No ano de 2000, como gesto concreto da Campanha da Fraternidade, foi criado o Centro de Promoção Humana (CEPROHUM). Preparou juntamente com o padre Claudemir, o COPAE, o CPP e muitas pessoas de boa vontade, as celebrações e comemorações do Jubileu de Ouro da paróquia, com a primeira visita do padroeiro a todas as comunidades e também pela primeira vez, a celebração da novena "unificada" com o mesmo manual, e ao mesmo tempo em todas as comunidades.
Nesse período, foi realizado um levantamento histórico dos fatos, objetos e fotos, buscando resgatar a história da Paróquia. Tudo foi organizados em uma exposição que originou um pequeno acervo paroquial. Como "presente” dos 50 anos, foi inaugurada, no dia da festa do Jubileu, a Capela do Santíssimo, há tempo desejada pelos fiéis.
Durante o período em que o padre Ari Marcos permaneceu na Paróquia, foram realizadas reformas e ampliações do Salão de Festa e dado inicio a reformas de construção várias capelas. Atualmente, são 58 na cidade e interior. No dia 31 de dezembro de 2007, Padre Ari Marcos foi transferido, pelo Bispo Diocesano Dom Antonio Wagner da Silva, para a Paróquia Santana, em Guarapuava.
Em fevereiro de 2008, mais precisamente no dia 04, tomou posse como pároco, Padre José dos Santos Rodrigues, tendo como vigários paroquiais padre Edinaldo Mendes Tonete e o Diácono João Helio Baltazar Da Luz. Deram continuidade às atividades já iniciadas e realizaram várias melhorias na Paróquia. A ampliação e reforma na secretaria da paróquia, CEPROHUM e ampliação dos espaços do salão de festa são alguns dos trabalhos desenvolvidos. Com a transferência do padre Edinaldo para a Paróquia de Rosário do Ivaí, e a Ordenação do padre João Hélio, chega à paróquia o seminarista Elizeu Nahm, que no mesmo ano foi ordenado presbítero e permaneceu na paróquia até fevereiro daquele ano.
No ano de 2009, foram realizadas melhorias na igreja. Mudanças das portas, ampliação e melhorias do presbitério. Reforma da secretaria com adaptações, rampas e informatização. Em 2010, passaram pela paróquia os padres Gilson Dembinski e Sebastião Guina. Naquele mesmo ano foi comprado um terreno para a construção da nova Capela de Nossa Senhora Aparecida, na Vila Dona Áurea. Em 2011, passaram a trabalhar como vigários paroquiais os padres Jean Patrik Soares e Mário Zavirski. Este último permaneceu até março de 2013, quando assumiu os trabalhos como pároco no município de Candói. Durante todo aquele ano, os padres José e Jean assumiram os trabalhos paroquiais, tendo a colaboração do padre Paulo Souza durante alguns meses. Durante algumas semanas de 2014, padre Lori Olenik ajudou nas celebrações nas comunidades do interior, até que em abril, do mesmo ano foi nomeado vigário paroquial padre José Manoel Timóteo. Atualmente a paróquia possui 56 comunidades.
Fonte: Arquivos da Pastoral da Comunicação e Bens Artísticos e Religiosos da Paróquia Divino Espírito Santo – Pinhão - PR)
Colaboração: Padre. Cristovão Iubel e Pe. Jean Patrik
CDC