ouça as rádios cultura FM 93 FM
facebook instagram twitter youtube

Diocese de Guarapuava: Rumo ao Jubileu de Ouro

Por: Padre José de Paulo Bessa

05/03/2015

Há 50 anos estava acontecendo na Igreja o maior acontecimento religioso dos últimos tempos: o Concílio Ecumênico Vaticano II (1962-1965). Eu era criança, mas me lembro das notícias do rádio como se fosse algo muito recente (ainda não havia os meios de comunicação como temos hoje): as mudanças na Igreja, a morte do Papa João XXIII, a escolha do Papa Paulo VI, a conclusão do Concílio...

O Concílio aconteceu no decorrer de muitos anos, desde sua preparação até sua conclusão oficial, mas que na realidade continua acontecendo. Foi o 21º Concílio da história da Igreja; o 2º realizado no Vaticano: daí o nome. Ecumênico, porque foram convocados representantes de várias religiões.

Em linhas gerais aconteceu assim: 28 de janeiro de 1959, 1º anúncio feito pelo Papa João XXIII. Maio de 1959 a maio de 1960: período de informação, como trabalhos da comissão antepreparatória – consulta à Igreja presente no mundo inteiro: 2.594 bispos; 156 superiores gerais; 62 universidades católicas.

Houve muitas respostas... Foram recolhidas as respostas das cartas enviadas aos padres sinodais, e estas resultaram em 12 volumes, contendo 10 mil páginas. Aos 5 de junho de 1960: fase preparatória, com a criação de 10 comissões. Aos 25 de dezembro de 1961: o Papa lançou a Constituição “Humanae Salutis”, com o anúncio oficial do Concílio para outubro de 1962. Total de convocados/as: 3.070 pessoas.

Porque o Concílio foi inaugurado no dia 11 de outubro? Porque nessa data, em 431, no Concílio de Éfeso, Nossa Senhora foi proclamada “Mãe de Deus”. Assim o Papa abre o Concílio com o discurso inaugural: “Alegra-se a Santa Mãe Igreja, porque, por singular dom da Providência divina, amanheceu o dia tão anciosamente esperado em que solenemente se inaugura o Concílio Ecumênico Vaticano II, aqui, junto do túmulo de São Pedro, com a proteção da Santíssima Virgem, de quem celebramos hoje a dignidade de Mãe de Deus”. 

11 de outubro de 1962: aconteceu a grande abertura do Concílio, com uma grande procissão atravessando a Praça e adentrando a nave central da Patriarcal Basílica de São Pedro, em Roma: presentes 2.427 padres sinodais, 419 peritos, 101 observadores não católicos, representando 29 Igrejas ou Federações, 28 leigos auditores, e a partir da 3ª sessão, 23 mulheres, sendo 10 religiosas. Provinham de 116 países.

A Praça de São Pedro estava repleta... A título de informação: o Concílio foi inédito quanto ao número de participantes. Dez mil pessoas atuaram nele, incluindo os auditores leigos, os casais, peritos, monges, religiosos/as, funcionários, tradutores e dezenas de jornalistas. A 1ª Sessão aconteceu entre os dias 13 de outubro e 8 de dezembro de 1962. Assuntos abordados: Estudos dos Esquemas sobre a Liturgia; os Meios de Comunicação Social; o Ecumenismo e a Igreja. Ao fim dessa sessão, todos voltam para seus respectivos países, mas as comissões continuam seus trabalhos.

O processo do Concílio foi sempre conduzido firmemente pelo Papa João XXIII, que tinha pressa, também por causa de sua idade avançada... Mas, aos 3 de junho de 1963 morre o Papa João XXII. Aos 21 de junho de 1963, é eleito o Cardeal Martini, que toma o nome de Paulo VI. Nos intervalos das sessões do Concílio a Igreja continuava no seu ritmo normal, tanto que aos 26 de março de 1965 é instalada a Diocese de Apucarana, vizinha da nossa diocese.

Nossas orações e parabéns por ocasião do seu Jubileu de Ouro. Nas próximas edições falaremos sobre as outras 3 sessões do Concílio, sobre a criação da Diocese de Guarapuava, sobre nossa história. Aguardo colaboração através do meu endereço eletrônico. Pedindo a proteção de Nossa Senhora de Belém.

Um abraço com braços de amizade. Pe. Bessa: pjpaulob@uol.com.br

Comentários