19/03/2020
Nos dias 14 e 15 de março, a cidade de Umuarama, no Noroeste do Estado, sediou a 34ª edição da Assembleia-Geral Ordinária do Conselho Nacional do Laicato do Brasil do Regional Sul 2 da CNBB (CNLB). Aproximadamente trinta pessoas participaram do encontro que teve como tema: Cristãos Leigos e Leigas na Igreja e na Sociedade, um novo olhar e um novo agir. E lema: “Eu vi, ouvi e desci”. (Ex. 3, 7-8).
Ao fim dos trabalhos, o grupo redigiu uma carta onde manifesta preocupação com o posicionamento de governantes, empresários e parte da população, em relação à pobreza, falta de oportunidade, bem como cerceio ao amplo acesso à democracia. “Refletimos sobre as realidades do Brasil e do Paraná e nos preocupamos muito com o posicionamento de governantes, empresários e de uma parte da população. Percebemos, no entanto, que movidos por uma grande indignação para com as enormes dificuldades pelas quais o País passa e que não são recentes, (pois a concentração de renda, a pobreza e o luxo de alguns assim como o peso estatal sobre os mais pobres quase que, fazem parte, infelizmente, da história da formação do Brasil e do Paraná), novos problemas são criados. Movidos por este sentimento de angústia e da necessidade de mudanças estruturais, acabam por acreditar e defender que a diminuição dos espaços democráticos, do Estado de Direito e do controle social sobre os espaços públicos e privados possa ser uma alternativa viável aos problemas enfrentados”, diz um trecho do documento.
Por outro lado, integrantes do Conselho de Leigos acreditam que há solução para o problema, bastando que a sociedade não feche os olhos e trabalhe em união. “Queremos então reafirmar que não existirá solução realmente ética e justa sem uma maior participação popular dos brasileiros, ajudando, colaborando, corrigindo e fiscalizando as ações de todos os cidadãos e cidadãs que, na condição de lideranças públicas e privadas, tenham poder que lhes permita intervir na vida de cada um, direta e indiretamente”, reafirma o CNLB na carta.
Os leigos do Paraná finalizam o documento dizendo que acreditam que a solução dos problemas sociais só ocorrerá com o fortalecimento da democracia e ampliação dos espaços destinados aos poderes constituídos. “Somos solidários sim, com as angústias do nosso povo e acreditamos que precisamos corrigir os excessos do Legislativo, do Executivo, do Judiciário e do meio empresarial quando estes acabam por afetar o povo brasileiro, ao invés de promover o crescimento com distribuição de renda. Todos sofrem quando primam por acentuar ainda mais a concentração de poder e renda. Logo, a solidariedade se dá, na medida em que lutamos e defendemos o fortalecimento da Democracia e do Controle Social em nosso País. Que o nosso direito em ser bem informados possa ser garantido, pois acreditamos na sabedoria popular e que uma vez embebida dos elementos da realidade, saberá com certeza, sempre tomar a melhor decisão para o conjunto da sociedade brasileira. Então, conclamamos os cristãos leigos e leigas a viverem a sua identidade, vocação, espiritualidade e missão na Igreja e na sociedade, sendo ‘fermento, sal e luz, até que tudo fique fermentado’ (Mt 5, 13-14. 13,33). E que Nossa Senhora do Rocio, padroeira do Paraná, interceda junto Deus por nós”, finalizam os integrantes.
Diopuava