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O Carnaval é uma festa aceita pela Igreja Católica?

Leia o artigo do padre Pe. Evaldo César de Souza, C.Ss.R.

03/03/2019

O Carnaval tem suas origens nas festas e cultos da Grécia Antiga, em agradecimento aos deuses pela fertilidade do solo e pela produção. Nessas festas, as pessoas se divertiam e chegavam ao exagero da embriaguez. Em Roma, essas festas eram também muito comuns, onde homenageava-se o deus romano do vinho, chamado Baco.

Quando as primeiras comunidades cristãs foram formadas em Roma, já encontraram uma sociedade marcada por este tipo de festas. Os cristãos, marcados pelo amor de Deus e pelo respeito absoluto às coisas sagradas, passaram a negar os exageros, tanto de bebidas, quanto de algazarras e libertinagem sexual. Para o cristão, a verdadeira festa era a celebração da Vida de Jesus, e não momentos passageiros de euforia.

A palavra “Carnaval” parece ter origem cristã e significa “adeus, carne”. O Carnaval, cuja data é fixada para antes do início da Quaresma, marcava o início do tempo em que era proibido comer carne. Assim, antes de começar o jejum, as pessoas aproveitavam para saciar seus apetites. Daí por que falamos que a terça-feira de Carnaval é a terça-feira gorda! Talvez hoje, essa ideia de jejum na Quaresma esteja um pouco "fora de moda", mas antigamente era um costume muito rígido. Ou seja, o Carnaval era a possibilidade de extravasar antes do recolhimento penitencial.

E hoje? Bom, muitos cristãos certamente participam do Carnaval! Existem, inclusive, comunidades que participam de desfiles e realizam os chamados “Carnaval com Cristo”. Muitas pastorais e movimentos eclesiais, novas comunidades e as paróquias se mobilizam para realizar um tipo de Carnaval cristão, nos quais está igualmente presente a alegria, em retiros, estudos, encontros, adoração ou outras experiências espirituais.

Mas é sempre bom ter cuidado com os exageros! Tudo o que é demais prejudica. O mal do Carnaval não está na festa em si, mas no modo como muitos encaram estes dias. Além do mais, o Carnaval já se tornou uma festa folclórica, ou seja, já faz parte da vida cultural do nosso País.

Vivenciar o Carnaval de modo equilibrado exige convicção de fé e maturidade humana, pois os ambientes carnavalescos, infelizmente, podem nos apresentar muitas situações de pecado. "Expor-se a uma ocasião próxima de pecado mortal, que se poderia evitar, já é pecado mortal de imprudência", diria Santo Afonso. Cabe a cada um saber até onde pode ir, afinal somos donos de nossas atitudes e comportamentos.

Fonte: Jornal Santuário

Pe. Evaldo César de Souza, C.Ss.R.

Redentorista, membro da Província de São Paulo, graduado em Filosofia, Teologia e Jornalismo e pós-graduado em Gestão Executiva de Televisão (FAAP). Escreve para a Editora Santuário e para a editoria 'Santuários'.

 

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